27 de novembro de 2016

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por: mokayama

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Entre a oração no jardim, a nudez e o caos….

Entre a oração no jardim, a nudez e o caos….

Algumas pessoas podem estranhar a atitude inusitada que estou tendo, em finalizar três cds autorais distintos os quais aparentemente não tem conexão entre si: um álbum de new age inspirado em temas japoneses , o ‘Zen Garden’, um álbum quase acústico , o’ Naked Zen’ e um experimental pesado, na onda que as pessoas costumam associar ao meu nome, intitulado ‘Crônicas do Caos’.

Coleções de fragmentos de muitos anos, finalizadas e esculpidas como trilha sonora do início e final de um ciclo.

Ciclo que teve início precisamente no dia 24 de novembro de 2014, data que meu pai sofreu um avc gravíssimo de consequências arrebatadoras e sem volta para todos que estavam próximos. A bomba estava deflagrada e o caos se fez presente

Mantive este fato (com o peito, bestamente, estufado) longe de todas as redes sociais que estou presente; principalmente por não me sentir à vontade e querer preservar minha vida pessoal ao máximo; da pessoa pública do professor, guitarrista e: aham… artista(a le leque…….)

Quem me conhece a fundo, sabe que possuo uma natureza extremamente reservada, contraditória ao meu jeito engraçado e filosófico de dar aula e quebrar guitarras (sonhando ser o narigudo de Sheperds Bush) no palco; muitos falam que a coisa tem de ser tirada da minha boca a fórceps (por sinal nasci na base deste….rs).

Se vc acompanhou e soube deste drama que eu e minha família atravessamos, sinta se honrado…vc está num ciclo super restrito, que é amado tanto quando todos os meus brothers e sisters que estão espalhados aqui no Fb pela rede e pela vida.

O ciclo em questão terminou no último dia 6, onde meu amado pai, grande e mais que presente companheiro de encarnação encontrou descanso após quase dois anos de desesperador coma vigilico, onde pouco se pode penetrar e entender da sua bela. Complexa e forte personalidade; um médico que curava o físico e a alma de seus pacientes. Um pai único , sendo que a grande maioria de meus colegas músicos o conheceu carregando meu amplificador e tendo ímpetos paternos como fingir ser militar na porta de uma casa noturna, para que a banda conseguisse entrar mais rápido para o round checa…no La Ibiza.idos anos 90 , fez cirurgias extras para me dar uma guitarra importada, comprou todos discos que precisei, do Venom ao Roy Buchanan e me dava apoio total e irrestrito a minha carreira …..

De quase dois anos de silêncio e olhar perdido, ficou o presente de seu miraculoso’, iluminado e incógnito sorriso de despedida no dia dos pais.

Dois anos onde tudo foi chacoalhado, desmantelado ao som da sinfonia do caos, e desespero que se alternava com os pequenos grandes milagres que os santos e anjos (invisíveis e mascarados como gente) apresentavam.
A vida é bela…mesmo na aparente incongruência e dor.

Uma lição básica que fica, mesmo nas horas mais escuras, sempre dar o benefício da dúvida para o amanhã; ele sempre nos surpreende. Para melhor.

Talvez seja a maior lição de todas.

Esperar e lutar para preencher os vazios e deixar as cicatrizes fecharem.

Apenas o Grande Maestro lá de cima reorganizando o tabuleiro de xadrez cósmico, sempre para melhor

Mais que tudo, içar a vela e ficar a postos no leme pois os ventos são sempre imprevisíveis. Cabe a nós acharmos beleza e aprendizado no Caos…
Estes sempre existem.

E Deus é uma constância…por mais que muitas vezes duvidemos

Paz e luz a todos.

Bijus!!!!

Marcio Okayama….25/112016

Foto de Marcio Okayama.
Foto de Marcio Okayama.
Foto de Marcio Okayama.