Drive soteropolitano num domingo na terra da garoa….
Está no Itunes o cd novo do meu bro Mr.Yonsen Maia,”Across the Universe”,um disco muito legal que ansiava há algum tempo vê lo lançado.
O fato, é que uma das seções mais bacanas de gravação que participei , foi a deste disco.
Lá pelos idos de 98/99 , o Yonsen gentilmente me convidou para tocar no projeto, numa faixa ao lado do Wander, do Eduzinho e do Luis Sacomã; uma honra enorme…muito mais do que gente que trabalhava junto,são ícones que participaram de minha formação.
Lembro de receber os Adats(eita!!!!) via correio e dar uma de produtor da sessão ,agendando horários, orientando os mapas da parte de cada um,etc e tal…
Foi um momento muito especial, fato que gravar é uma maneira de deixarmos a nossa marca ,nos expressando e a gravação de meu solo retratou um momento muito peculiar; lembro como se fosse ontem.
Passava uma série de turbulências pessoais; alguns entraves no trabalho, o fim de um relacionamento afetivo muito complicado(mistura de Titanic com a nave Discovery) .
Lá ia eu num solitário domingo a tarde fazer o meu dever cívico com a música, (mesmo com a mente e alma meio perturbados); uma leve chuva caía na entrada do estúdio do IG&T antigo, no meio da Av.Indianopolis ; lá pedia licença para algumas meninas que defendiam o seu,( exercendo a profissão mais antiga da raça humana)e o fazem até hoje naquela região.
Estava sem roadie ,carregando num braço um cabeçote Super Lead e no outro minha Music Man que fazia sua vez de Katana no meu caminho “mezzo Ronin”(se é que me entendem…)
Lembro de plugar o Marshall numas belas caixas Mesa 4×12 do André Batista( grande guitar e amigo, dono do estúdio na época, junto com o Rogerio Aaron) apenas empurrando o drive com um turbo da Boss.
Posicionar o mike , mandar ligar “a luz vermelha” 123.. num take , estava feito o solo..
Podemos conferir o resultado na faixa G9 ,uma festa de “shred” que conta também com o Luis Caldas(para quem não sabe um guitar de mão cheia) e o baixo venenoso do Arthur Maia.
Muito legal é ouvir a performance de todos este amigos;acima de tudo a do Wander, um cara que faz uma falta absurda ,tanto que divido minha vida em A.W. e D.W.(antes do Wander e depois do Wander)dada a influência de sua presença.
É amiguinhos..tudo passa…nada é constante como diz meu sogro: _tudo passa e o que fica é a saudade… e como disse numa outra ocasião uma monge budista: _Este mundo é “hospedaria transitória”
A arte é uma maneira de chutar a bunda da efemeridade de tudo! Fica a dica de conferir este disco ,Across the Universe, uma verdadeira fusão de brasilidade com guitarra virtuose que o meu amigo Yonsen manda tão bem…
segue abaixo o solo em questão…
http://soundcloud.com/marciookayama/marcio-okayama-solo-at-yonsen