26 de maio de 2022

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por: mokayama

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Categorias: matérias

Jess e Shurastey

Seria mais uma aventura e desafio a mais para mais um humano entre os bilhões de habitantes da Terra, desamarrar se da vida em sociedade apertar o foda-se e literalmente colocar o cachorro no carro e ir até o Alasca….
Similar a nossa infância onde sonhamos que nosso cobertor é um disco voador e nosso urso de pelúcia ou bicho de estimação de verdade (pet o caralho!!!) É nosso copiloto em direção a Marte.
O Fusca… ah, o fusca……para quem tem 40 anos em diante, é praticamente impossível não ter uma lembrança afetiva consistente desta pequena capsula sobre rodas, fruto da motorização da Alemanha em plena recessão que possui o mesmo DNA de um Boxter ou 911 (a baratinha é projeto de Ferdinand Porsche)
O Cambio que não trambula direito, freio que não freia, nossas viagens e passeios na infância atrás do banco do passageiro (encostados no motor), as autoescolas, nossas provas de habilitações; para alguns os primeiros amassos e início de vida sexual… (o meu foi num chevette verde …. Não lembro muito da menina, lembro da cor do carro e do perfume dela…prova da importância da cultura automobilística em nossas memorias afetivas).
Ícone em desafiar o conceito da física de dois objetos caberem no mesmo espaço (o próprio Scott Hill do Skid Row afirmou no Instagram, que colocava duas guitarras e um stack completo Marshall no seu. Assim é o fusca
Quebrar limites faz parte da evolução da história humana, o desafio, a conquista é a força motriz que fez com que chegássemos a civilização.

Escalar o Everest, o milésimo gol do Pelé, Senna se imolando em Imola, Donald Campbell e seu Blue Bird se desintegrando ao tentar quebrar o recorde de velocidade na agua, o voo de Neil Amstrong no X-15 antes de chegar na Lua, até mesmo nosso inocente padre do balão….

Pude mesurar o tamanho do desafio que Neil teve ao pilotar o X 15 na abertura do Primeiro Homem, uma das cenas mais impactantes do cinema, retratando a claustrofobia do cockpit do avião ao alcançar a estratosfera, metal, tubos e um painel cuja os marcadores lembrou muito os dos amados muscle cars dos anos 60…longe do modelinho da Revell que montei na infância.

O pessoal do site Flat out colocou um texto maravilhoso no ar, onde se faz a analogia de cada dia de nossas vidas que se passa, é um dia a menos no contador ao inexorável fim de nossa existência
De como não corremos atrás de nosso sonho, ímpeto e felicidade.
Pode ser um Project Car, abandonar o emprego para abrir uma pousada, abrir uma escola de dança, criar carpas, desenvolver uma nova teoria que vai mudar a humanidade…escrever um livro, plantar a arvore e criar um filho…
Num mundo cada vez mais complexo onde as certezas e transitoriedades se afirmam e os portos seguros cada vez mais se desfazem…desmantelam…qual o espaço do sonhar?
A nós fica a sensação: _ vale a pena morrer como herói ou ter vida longa como bandido?
Jesse tinha nome de bandido (lendário Jesse James) era um garoto inocente verdadeiro herói que resolveu apertar o foda se é embarcar numa viagem de essência pura, que todos nós sonhamos na infância…
A nós, a encruzilhada de manusear fotos velhas, verificar a validade do molho na geladeira, contar as páginas que faltam no livro, ou simplesmente mandar tudo a merda e escrever um novo livro
Que os Céus, os deuses da microfonia, os Santos, heróis e bandidos do passado presente e futuro nos guiem

Oxalá
Namaste
Amém…..
Ou meramente…
Foda se
Oka 25/05 /22