Memórias da Pompéia..parte um…
Existe toda uma energia impar na Pompeia….
Berço do rock… Mutantes, Made in Brazil, Wander Taffo, Luis Carliini, Andre Christovam, Mozart Mello, Tutti Frutti e outros tantos ícones da nossa música.
Cada pedaço desta nossa imensa cidade possui seus maneirismos, trejeitos e muitas vezes até um dialeto próprio.
E sempre uma somatória de fatores, circunstanciais (viva o acaso!!!!) , históricos e até mesmo geográficos que geram a essência e verdade de cada região, bairro, vila…etc.
Seja o movimento do metal mineiro (que mudou os rumos do gênero no mundo), seja a Bossa Nova no Rio no início dos anos sessenta, tudo tem uma confluência de fatores que levam a estas eclosões….
Na Pompeia não foi diferente….
Todo bom roqueiro tem que fazer um estágio ou peregrinação neste local.
Eu não fui exceção, passei grande parte da minha pós-adolescência ensaiando, tocando e gravando por lá…
Memorias afetivas muito fortes.
Uma das principais características da nossa Cyber Terra da garoa, é sua capacidade infinita em recriar-se e reposicionar-se, virando o jogo para tudo e todos desde sempre.
Faz parte de sua egrégora e do DNA de seus habitantes esta vitalidade ímpar.
A foto (que saiu em priscas eras da minha pessoa, nas saudosas Guitar Player, Cover Guitarra e Tok para quem Toka, foi tirada no famoso Beco do Batman, creio que em 1993…
Tem gente que fala que eu saí parecido com o Malmsteen, outros o Akira Takasaki;em ambas hipóteses fico honrado, mas todavia gosto de deixar claro que me fantasiava(por dentro e por fora) ,imitando guitar heroes como Harry Cody (do Shot Gun Messiah) e o Jason Bieler (do Saigon Kick) , virtuoses que jogavam pro time e tinham atitude e postura mais a ver com o “espirito da época”, um pé no grunge, um pé no shred, um pouco de atitude punk de” do it yourself “ e integridade artística; garanto que fui feliz para caralho naquela época, fazendo meu batismo de fogo na Pompéia ao lado do Ale Souza, Mauro Garilli , Dini , Peri e outros brothers que passaram pela banda Electric Shadows…
Voltando ao Beco….
Surpresa em ver o quanto este lugar (outrora literalmente um beco) se tornou um polo cultural extremamente rico, com pinturas, artes e agitos no melhor espirito da Vila Madalena.
Como esta nossa Blade Runner Tropical surpreende!
Capacidade única em reinventar-se e principalmente aglutinar tribos e ideais…
Acima de tudo, ser o combustível de sonhos, seu terreno de plantio e principalmente, o palco para a realização dos mesmos….
Oka, 27/01/20