11 de novembro de 2019

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por: mokayama

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Pegadas na areia….

Pegadas na areia…..

Por mais que nossa era seja caracterizada por um pragmatismo extremo, um período onde a tecnologia e a polarização dos fatos e meios tornou-se a propulsão do existir, parece que estamos chegando ao esgotamento de uma era; um préapocalispse anunciado , seja por religiosos, espiritualistas e até mesmo ateus; dado ao surto coletivo e esgotamento que o ser humano passa.

Ironicamente , nunca se tiveram avanços tecnológicos , impares soluções para problemas milenares , mas que estão custando caro e cuja conta bate em nossa porta , predadores/habitantes do Planetinha azul de Deus , que estamos predando cada vez mais ,arrebentando com os parcos recursos da mãe Terra…..

O momento que vivemos, um fim de utopias e sonhos se caracteriza por uma neurose crônica da sociedade….
Estamos chagando a tamanha velocidade no fluxo dos processos que tudo parece sinalizar para uma volta ao básico, onde os valores holísticos serão cada vez mais preciosos e vitais para nossa sobrevivência física e espiritual.

Qualquer forma de expressão artística , vinda de nosso amago acaba por ser um retrato do momento que vivemos, um reflexo de nosso mundo interior, a maneira como filtramos nossa ótica pessoal e como finalmente servimos de espelho para a audiência.

Estou tendo a oportunidade de revisitar algumas composições antigas , graças a um projeto de captação em vídeo para um curso online. Chega a ser maluco para qualquer ser que trabalha com criação, como revisitar o passado do que criou, é similar a abrir um álbum muito velho de fotos familiares ou perceber , ao abrir a geladeira, que o vidro de maionese acabou…..o passado te chacoalha, surta, faz rir e chorar…….te afaga, beija suavemente e te dá um tapa na cara.

Ao regravar Angel(Morning Star) para este projeto, o “makin off” de sua criação de esbofetetou…. desde as lembranças das camadas de microfonias inspiradas no Penderecki, com as válvulas dos meus Marshalls fritando…o baixo genial gravado pelo ZuzoMoussawer, as tríades modais que estudava com o Mozart Mello até a levada de baião inspirada pelo fantástico disco Bicho Folha do meu brother Gustavo Assis Brasil.

Tudo papo de músico em rodinha….no fundo a inspiração para esta e seus climas foram passagens inspiradas em temas religiosos(independente da minha fé ou não na época e no momento atual); a famosa parábola pegadas na areia onde Jesus Cristo acalenta uma pessoa ao revelar que a carregou em seus dias mais escuros…a oração de São Francisco de Assis e a visão da primeira estrela da manhã , numa praia deserta..após a noite escura da alma….trazendo alento e apontando dias melhores….

Talvez a função da arte seja esta; para criador e criatura ,como sempre falo: exorcizar demônios e chamar anjos….
Que assim seja
Namaste…
Oka