5 de junho de 2022

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por: mokayama

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Categorias: matérias

Steve e Paul… simples assim…

Para minha memória afetiva o Iron Maiden definitivo é o da fase inicial, com o Paul Dianno.
Aquela agressividade quase punk (graças ao passado punk de Paul e os momentos que David Murray protagonizou um skinhead na adolescência)
Um certo furor e grito de urgência que a banda demonstrava, tanto pela estética da época, como pela própria forma que buscava ganhar a cena e o mundo.
O Maiden se tornou a instituição que é, mudando o mercado e definindo a estética do metal.
Referência até mesmo com gestão de empresa e modus operandus de uma máquina coorporativa extremamente bem azeitada, como se prova a liderança literalmente com “mão de ferro” de Steve Harris e a gestão do empresário Rod Smallwood
No mercado são referências de galera boa praça, respeitosa com os fãs, colegas de profissão e mercado como um todo.
Excelentes músicos e artistas que se
mantém no topo do jogo mesmo com todos estes anos de estrada.
O genial Bruce Dickinson, além do artista e cantor fora de série é prova viva do clichê “ variedade é o tempero da vida.”..professor de história, ícone do heavy metal, piloto comercial, empresário visionário, palestrante corporativo, etc., etc. e tal….
Clive Burr, genial baterista original do Maiden e seu final triste, derrubado pela esclerose múltipla, sendo assistido de maneira calorosa por seus ex bandmates….
Paul…mesmo mantendo projetos interessantes, cultivou uma aura de outsider ; muitos atribuíram está sendo razão do total afastamento da trupe do Iron principalmente no momento delicado que passou com sua saúde nos últimos anos.
Um cantor fora de série…sem ele não teríamos visto o Iron despontar para glória.
Ver a foto e vídeos recentes do reencontro do Paul, Steve e Rod, teve a força da entrar numa máquina do tempo onde o quadro com fotos do Iron antigo adornava meu quarto.
Estaria a pandemia nos colocando mais próximos da dimensão de nossa própria finitude.
São inúmeros casos de artistas que estão dando uma girada de chave, fazendo menos turnês, ficando em casa, priorizando família e saúde mental (como o próprio Devin Townsend anunciou estes dias, Steve Morse e Greg Howie cancelando turnês para cuidar de suas companheiras lutando contra o câncer).
O rock and Roll tem se tornado menos divertido, assim como o mundo um lugar menos gentil, educado e espiritual (palavras de Lemmy Kilmister em 2002)
Teria a diversão do rock se dissipado na era moderna, fruto daquela bala na cabeça do Kurt Cobain?
Qual seria o espelho que reflete a verdade da plateia no palco?
Seriam o rock stars os dinossauros de uma era? Que aguardam de maneira resiliente o cometa que se aproxima
Ou meros fantasmas. Fósseis vivos que somos….
Reflexos similares aos veteranos da formula um que se esbofeteavam nas pistas e viram amigos de churrasco quando se aposentam ou vão para a Indy.
A tecnocracia que vivemos tem tornado as relações humanas cada vez mais impessoais, amigo é sinônimo de contato profissional… network…
A foto do Paul com o Steve lavou a alma. (Perante ao apocalipse nosso de cada dia que arrastamos em tempos modernos)
Analises mil de críticos já especulando sobre as razões mercadológicas do encontro….
Vaidade… nada de novo debaixo do Sol. O mundo já têm destruidores suficientes. Precisamos de criadores!
Hoje comentava com um aluno sobre a real de estar com uma guitarra pendurada por trinta anos profissionalmente e a força que vi a música moldar vidas, destinos, caráter.
Isto é o que realmente importa….
O resto
Nada de novo debaixo do Sol….
Não esqueça de pisar no pedal de distorção, tocar Killers…. e Phanton of the Opera..Running Free

Oka